tag:blogger.com,1999:blog-4443827577381379952024-03-13T19:06:37.497-07:00Quimera"não basta um século para fazer a pétala
que um só minuto faz"Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.comBlogger31125tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-64711581564914551522012-07-24T22:13:00.001-07:002012-07-24T22:13:47.174-07:00Sem segurarTudo por equilíbrio, por um passo, pela segurança de um abraço. E lá vem aquela que anda na corda bamba encarando a queda. Vem sem respirar, com os pés apertados em um nó de medo, os olhos ofegantes e o peito encolhido. Melhor seria ver a equilibrista, que leve e reta nunca cogita cair. No máximo balança, só pra não perder o ritmo doce do andar nas alturas. É uma beleza precisa, ela vai chegar. Mas quem vem, vem cambaleando. Parece uma queda a cada passo. A corda palpita. Os pés duram uma eternidade no ar, enquanto o alívio se esvai em segundos. É feio de ver, mas é o que temos à frente dos olhos. Afinal, ela caminha. Torta, tensa e imprecisa. Um dia a corda há de acabar. E então volta o chão onde o pé, aliviado, se espalha. Esse pé descalço e ferido guardará cicatrizes de lembrança e calos com resquícios do suor da nuca e sal dos olhos. Quem balança a corda não sente a adrenalina e nem o peso nas pernas, muito menos o vácuo que invade o corpo em forma de tremor. São trinta metros de corda enroladas embaixo do colchão. Não é fácil se manter na confiança do chão.Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-88621617135371323702012-04-27T20:38:00.000-07:002012-04-27T20:38:43.287-07:00Esperança que não morre, mas mataExiste alguma coisa mais triste que um circo maltrapilho?<br />
Só a imaginação<br />
essa maldita<br />
não me deixa ser infeliz em paz<br />
<br />
Me deixe<br />
em paz<br />
a sós com meu sorriso torto<br />
<br />
Ass: Manuel, 41 anos de bobo.<br />
<br />Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-65398561756029041002012-04-26T13:59:00.000-07:002012-04-26T21:07:22.744-07:00<div style="text-align: justify;">
Vergonha, é o que sinto ao lembrar daquele período da vida. Passou por mim, cortante. Eu, sem ao menos grunhir, passei cabisbaixa. Passei, mas só o consegui porque foi despercebido. Os poucos que me viram passando (e não ouviram) pensaram com desdém: <i>Essa aí? Deixa passar, não é nenhuma ameaça.</i> Acertaram, minha invisibilidade não era proposital, nunca foi fruto de esperteza, era medo. Medo infantil, que me tornava tão inofensiva quanto qualquer aliado leal. Eu só era leal ao silêncio.<br />
<br />
Minha neutralidade externa fazia de mim uma mera sombra sem contorno definido. Não me orgulho desse caminho, da minha calma excessiva, do meu desleixo, da minha indignação apática. Escolher o calar por medo de dizer tolices. Não percebia que estúpido era o meu silêncio. Calada eu não tinha rosto e assim meu desgosto, meu protesto e meu desafeto não tinham onde se expressar.<br />
<br />
Ninguém tentou interceptar meus passos, claro, eles eram lentos e pareciam seguir a linha reta como os de todos. Ninguém obstruiu o meu caminho pelo simples fato dele não ser meu. Confundiram minha sonolência com ingenuidade. Foi sendo um fantasma que segui adiante. </div>
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<br /></div>
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A vantagem desse intervalo de tempo foram as náuseas que me fez sentir.</div>
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A humilhação acorda defuntos.</div>
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<br /></div>
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A mente não mudou muito. Muda sempre, é saudável, mas continua congruente com as inquietações do passado. Mudou o tempo, o semblante, a altura da voz. Muda uma forma ou outra, mas não muda de lado. Por dentro continuo pelo mesmo caminho, e quando posso, corro. Tenho pressa. Por fora o caminho mudou. Não sei se foram os olhos ou a paisagem.<br />
<br />
Agora os passos são meus.<br />
<br />
Não sei em que momento cuspi a inércia. Nem quem me ofereceu o fruto proibido. Resta-me uma dúvida e uma certeza. Minha calma, antes sedativa, agora serve para conciliá-las. Não sei como cheguei, mas sei que vim pelo lado certo.<br />
<br />
Por mais angustiante que seja a vista que temos daqui, por mais agressivos que sejam os fantasmas de lá, por mais árduo... Continuamos passando, agora vívidos, e nossa maior e terrível ameaça é convidá-los a viver também.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Quem preferir a sombra turva que tente nos deter, mas não conte com a sorte.</div>
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A alvorada há de passar.</div>
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<br /></div>
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Por todo lugar.</div>Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-33795812789452726162011-11-06T22:14:00.000-08:002011-11-06T22:26:31.200-08:00<div><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif; ">Se a gente fosse fogo <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif; ">Findos em brasa que pudesse reascender <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif; ">De pedra com pedra<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif; ">De galho em folha seca<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif; ">De cada calo exausto<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif; ">Renasceria<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif; ">Entre minhas mãos teimosas<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif; ">Uma faísca que fosse<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif; ">Dos teus olhos velhos<o:p></o:p></span></p></div>Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-53885678249770839372011-06-26T13:14:00.000-07:002011-06-26T18:08:54.698-07:00Um dia sem soma<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcc61Q-V3Af2kE-Wo9erCEZUu0LjvVcTZ3iDreY4jnIlZ5-nGPzfi4-S6FaktW5hdLPqIY9cnDAxilTwugHBddmksnP2xabCACTJOOXr6j8aNp_orH9H_b2-S0nxm-jiwKWj83x9iPLcMQ/s1600/rgserg.bmp" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcc61Q-V3Af2kE-Wo9erCEZUu0LjvVcTZ3iDreY4jnIlZ5-nGPzfi4-S6FaktW5hdLPqIY9cnDAxilTwugHBddmksnP2xabCACTJOOXr6j8aNp_orH9H_b2-S0nxm-jiwKWj83x9iPLcMQ/s320/rgserg.bmp" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5622692127044028098" /></a><br /><div>É preciso ser triste de vez em quando</div><div>Apreciar a dor</div><div><br /></div><div>Não é nenhuma lágrima infinita</div><div>Nenhum tormento </div><div>Também não é culto ao sofrimento</div><div>Tampouco conformação</div><div><br /></div><div><div>É um breve intervalo</div><div>O limiar de duas alegrias</div></div><div><br /></div><div>É só um resto de dúvida, raiva e saudade</div><div>Porque a felicidade também aprisiona</div><div>A plenitude ilude</div><div>Animaliza</div><div><br /></div><div>É preciso</div><div>ser triste</div><div>ser humano</div><div>ao menos, de vez em quando</div><div><br /></div><div>E se é preciso </div><div>acolhamos a tristeza</div><div>Que assim ela há de ficar mais leve</div><div><br /></div><div>Sejas benvinda.</div><div><br /></div>Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-68974462877843178362011-04-06T07:40:00.000-07:002011-04-06T09:12:11.790-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghCjwFjMj9xd5npGxmaMKffKDTxcUV2Zs2UTiIYPiNaTxC6S1OLlILE_724zi_AWMCXwu7XeMN5L6MgVn0wmuKq6TP4fDaCWiBS5ww6LpyeTpsI4Pa7tBPeRdLiXZUr3AGgmutK7saQSuY/s1600/o+que.dib" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 255px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghCjwFjMj9xd5npGxmaMKffKDTxcUV2Zs2UTiIYPiNaTxC6S1OLlILE_724zi_AWMCXwu7XeMN5L6MgVn0wmuKq6TP4fDaCWiBS5ww6LpyeTpsI4Pa7tBPeRdLiXZUr3AGgmutK7saQSuY/s320/o+que.dib" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5592495884077771490" /></a><br /><div><br /></div>Eles me inspiram. Suas presenças me fazem pensar, e é do meu pensamento que surgem meus sentimentos mais louváveis. Chego a sentir orgulho de existir. Eles me obrigam, com um carinho leve, a querer ser melhor. "Minha filha, seja o que for mas seja uma boa pessoa". Palavras de um deles, palavras que nunca deixam de ecoar. Uma boa pessoa. Eu tento, manhã após cada noite me levanto (muita vezes já pela tarde) com um único propósito, ser alguém merecedor de todos eles. Deles que me permitem um pensamento leve, sem dor, sem franzido na testa. Que me levam a ter ideias simples, mas cheias de filosofia. Não é uma grande poesia, é magra como eu. Pouco recheio, muito espírito. Meu espírito me ultrapassa, porque são eles que o constituem. São o que há de melhor em mim.<div><br /> <div>Inúmeras vezes me ouço declamar opiniões que nem acredito serem minhas, que brotam com o estímulo das conversas mais infantis, das filosofias mais cotidianas. Às vezes, basta a presença, o silêncio ou a lembrança. Até com suas risadas me fazem ver melhor, ver de verdade, me mostram a essência das coisas. </div><div><br /></div><div>E quando percebo a imensa sorte de "tê-los"sempre chego a acreditar que pronto, conheci todos os melhores seres da humanidade, não é possível que existem outras pessoas tão belas! E então, mais uma vez, eu me traio e me apaixono. Eis que surgem mais deles, mais inspiradores para os dias. Nunca são muitos, chegam aos poucos, lentamente. Alguns quase imperceptíveis. Quando me espanto, depois de um breve processo de compatibilidade espiritual, eles já fazem parte de mim. Já não saberei mais levantar se não for para merecê-los também. E levanto cada dia maior, mesmo conservando meu metro e sessenta. Maior de fé. </div><div><br /></div><div>Não posso comprovar deus, nem ousaria, mas provo do amor descrito por ele. Eles me fazem sentir, acreditar. Se o inferno é aqui, o céu também pode ser. É a força necessária para fazer algo bom acontecer.</div><div><br /><div>Portanto, tu que me amas, se é que alguém ama, saibas que me amar não é amar a mim, é amar a eles. Porque são eles tudo o que de amável existe aqui.</div><div><br /></div><div style="text-align: right;">Aos meus amigos.</div></div></div>Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-64410395548931343852011-03-13T03:20:00.000-07:002011-03-13T23:27:48.934-07:00"Porque o tempo nos olha"<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtfaUDuvYOdbORqLoChoHRHvuU7vxiP70Ts9IzTK5uFqKdlB39YAWwduMc8Ws2im0A0FHyusO3SdcfsdCAS-ibhuDJTDyzBKtuppDESO4yl8jPYfIbjboBfirUEXwtdfb7ZnlbjNmpEfmn/s1600/aviaozinho.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 314px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtfaUDuvYOdbORqLoChoHRHvuU7vxiP70Ts9IzTK5uFqKdlB39YAWwduMc8Ws2im0A0FHyusO3SdcfsdCAS-ibhuDJTDyzBKtuppDESO4yl8jPYfIbjboBfirUEXwtdfb7ZnlbjNmpEfmn/s320/aviaozinho.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5519858333067644338" /></a><br /><div><br /></div><div><br /></div>Tempo é ar em movimento<div>Os fatos não cabem em uma vida<br />Então o vento leva o que pode arrastar<br />O que é leve passa<br />O resto persiste<div><div><div>Lágrimas são leves feito plumas<br />E o riso que peso tem?</div><div>O que me resta?<br /><div>Meu tempo não segue convenção</div><div>O dia ultrapassa as 24 horas</div><div>Pesa além das 24 gramas</div><div>Engana-se o vento</div><div><br /></div><div>Com quantos segundos se faz um infinito?</div><div>Quantos gramas um segundo tem?</div></div></div></div></div>Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-12942083085648651182011-01-16T21:48:00.000-08:002011-01-16T16:34:12.610-08:00Parto de partida<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_QnPinyaRFJ09QijLMU903VujUVLwl4fvrwz7DX-sFZzK9DYgm9qvYQZrKOSiCqf1rSOkVwW22I9W2guvhYhoPUTgStehXR_M1WJMH4YaIHKc-0UOTD8QpqHy3QdoCBVe3IyAs_pkvBYj/s1600/nascer.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 209px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_QnPinyaRFJ09QijLMU903VujUVLwl4fvrwz7DX-sFZzK9DYgm9qvYQZrKOSiCqf1rSOkVwW22I9W2guvhYhoPUTgStehXR_M1WJMH4YaIHKc-0UOTD8QpqHy3QdoCBVe3IyAs_pkvBYj/s320/nascer.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5550947622380999314" /></a><br /><div>Neste dia, 5 de dezembro, nesta hora, 5:30 da manhã, uma senhora branca contorcia-se de dor ao dar o ar a um filhote negro. O choro da mãe deu lugar ao choro da cria. Não que estejamos na selva, mas a selva habita aqui, não se pode negar os animais que somos. Aquele choro não era como o grito de existência dos que haviam nascido antes dele. Enquanto as outros estrangulavam-se irritadíssimos pela inconveniência de terem sido retirados do conforto, ele chorava penosamente, era como um canto gregoriano, mas um tanto desafinado. Era como um agradecimento. <i>Obrigado por me libertarem daquela felicidade solitária.</i></div><div><br /></div><div>Nascer pode ser dolorido, mas a dor faz de nós vivos. O primeiro suspiro deve rachar o peito, rasgar os espaços nunca antes percorridos. Aquele filhote de deus (com toda a carga positiva que essa palavra possa ter) entendeu na primeira dor a importância de sair da zona de conforto. É muito fácil ser feliz sozinho, o difícil é ser sozinho. Uma hora ou outra, alguma força natural qualquer nos expulsa dos nossos mundos interiores, nascemos e damos de cara com isso: falsa interpretação. Interpretamos a vida, deus, o amor, as razões, as ações, o vazio... Com sentidos muito contorcidos. Interpretamos o cantor. Não percebem que o canto penoso não foi chorado para chamar atenção para si, mas sim para o mundo. Não entendem a mensagem passional por trás daquelas ações racionais. O amor imenso pelo coletivo. A necessidade de nunca deixar de nascer. Não se acomodar. Chorar em outra sintonia. É assim que eu vejo aquele menino, um choro de liberdade. Alguém amado acontece. É momento de comemorar essa existência, que tanto ajuda a existir. Amar só é possível quando se faz parte de alguém. Eu sou uma colcha de retalhos, aquele moleque o mais novo remendo, o mais extravagante que tenho.</div>Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-23480786116220725202010-12-18T20:07:00.000-08:002010-12-18T15:16:16.931-08:00<div>O verdadeiro romance, o que atrai, choca, engloba, é justamente aquela história que não aconteceu. O que ficou por ser. O detalhe que desviou o caminho. Não chegou a amar, não ouve tempo. Acabou antes da largada. Nas bocas, só restou o gosto do quase. A mão estendida, a vontade. Não se tem do que lembrar, imagina-se. E se...</div><div><br /></div><div><br /></div><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha0KlO9LBHsRZcBdAPzNfLUB_mcdnz49x4Huosk3TO5I_JiYG-wRKXUeoLDr_urbQrY84ayt1SreVcvAAND7AdLStamDC8-nMip5DLSrbJtKtxrhK10AGisGj0BT0rUD8UwjwpH9gq_pnP/s320/tykjrtym.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 259px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha0KlO9LBHsRZcBdAPzNfLUB_mcdnz49x4Huosk3TO5I_JiYG-wRKXUeoLDr_urbQrY84ayt1SreVcvAAND7AdLStamDC8-nMip5DLSrbJtKtxrhK10AGisGj0BT0rUD8UwjwpH9gq_pnP/s320/tykjrtym.JPG" border="0" alt="" /></a><br /><div>Treze anos depois, se encontraram em um jantar. Ambos casados. Ele, com duas filhas. Ela, um filho e uma neta. Não falaram, não trairam, não fugiram. Nem sequer se reconheceram.</div>Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-47583982884774958562010-12-18T15:00:00.000-08:002010-12-18T15:06:09.199-08:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4j3ZjzJv9ZwFGI4FpWtEN0W9jGHQCa2ILySp-6gIpYx-vMNIFIr-qc0GXVJQR0xKvjdcwE9KFCaKcPeL09klNpELFL-HVmAInnTiTBTprt2NsuNca5XADTP0Ohsaxqiiktn-TPR0OKaEY/s1600/dvsdvs.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4j3ZjzJv9ZwFGI4FpWtEN0W9jGHQCa2ILySp-6gIpYx-vMNIFIr-qc0GXVJQR0xKvjdcwE9KFCaKcPeL09klNpELFL-HVmAInnTiTBTprt2NsuNca5XADTP0Ohsaxqiiktn-TPR0OKaEY/s320/dvsdvs.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5552162076419265346" /></a><div>- Eu te amei com tudo que eu podia. </div><div>- Intervalos no almoço?</div><div>- Era o que eu podia.</div><div><br /></div>Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-40685498814892071462010-12-18T14:30:00.001-08:002010-12-18T14:39:41.485-08:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEignpubeHrXh9DnPt7_hFs8lKkvDc6fptaGNV226JfChsCsH7UXUo7ZC7nNcbdlyOOhJtPRbVwwVHkxf7F3O1gkSK3EBLmsoQz7vk6lO0FaXpSQK_Zt470h2K-7THKFT1fOjbZL7T6EA1Ds/s320/org.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 318px; height: 264px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEignpubeHrXh9DnPt7_hFs8lKkvDc6fptaGNV226JfChsCsH7UXUo7ZC7nNcbdlyOOhJtPRbVwwVHkxf7F3O1gkSK3EBLmsoQz7vk6lO0FaXpSQK_Zt470h2K-7THKFT1fOjbZL7T6EA1Ds/s320/org.JPG" border="0" alt="" /></a><br /><div><div>- Acredita, és tu que amo.</div><div><div>- Isso me ofende ainda mais.<div>- Atos sem significado. Foi vazio, até triste!</div><div><div>- Mais uma prova da tua indecência. Como podes esbravejar prazer sem o sentir?</div><div>- Minha carne nem sempre respeita meu pulso.</div></div></div><div>- Alguém comandado por impulsos não merece o meu respeito.</div><div>- Aceito o até teu desprezo, se tiver tuas mãos entre as minhas.</div><div>- De mim só poderás ter a ausência.</div><div>- Então não terei mais nada, até eu não me pertenço mais. Sou teu.</div><div>- Então faço de ti o que eu quiser.</div><div>- O que queres?</div><div>- Esquecer.</div></div></div>Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-48425888312205498822010-12-11T01:25:00.000-08:002010-12-11T20:37:00.807-08:00Degustar-se<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQbtUKoHG66UYl8lu3I2KLiljgO7GjeApwfXv_qWvr_AprVAddf242CsZesfoufCt7u04W3NZCt8AcNCU6R9NFtUPMQ-uAfmN9LEWQuHvvpunMTen7n6rz8S8pF5GakadpByB-AbCCQM3e/s1600/org%C3%A2nico.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 319px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQbtUKoHG66UYl8lu3I2KLiljgO7GjeApwfXv_qWvr_AprVAddf242CsZesfoufCt7u04W3NZCt8AcNCU6R9NFtUPMQ-uAfmN9LEWQuHvvpunMTen7n6rz8S8pF5GakadpByB-AbCCQM3e/s320/org%C3%A2nico.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5536693862972994962" /></a>Uma mesa comprida o suficiente para não se saber o fim e o começo. A todo instante novas criaturas se faziam presentes. Desconfiados, como se estivessem ali por engano. Enganados por achar que suas juras de perdão no último suspiro lhes livrariam da refeição de si mesmos.<br /><div>Um anjo, um espírito, um garçom: </div><div><br /><div>- Estes são os resíduos da tua estupidez. Senta-te e bebe.</div><div><br /></div><div>Um bom inferno seria aquele que obrigasse cada um a beber sua arrogância. Eu adoraria assistir alguns infelizes engasgados. Sufocados pelo gosto da soberba. Quente, pastosa e apimentada. Que queimem os lábios detestáveis que tantas ignorâncias já cuspiram ao vento! </div><div>Quantas taças seriam necessárias? Quantas doses suportaríamos? Primeiro, apenas o gosto amargo nos incomodaria. E como toda estupidez, seríamos sufocados pelo seu acúmulo. A boca espumante pelo efervescente encontro entre o que se tenta engolir e o que tenta escapulir. Até não haver mais espaço entre os orgãos. O sangue coagular. Overdose de si mesmo. O fluido pastoso agarrado à mandíbula. O ego apodrecido. A decomposição da prepotência. Faltaria ar por excesso de gordura. Não faltaria alimento. </div><div><br /></div><div>-Engole.</div><div><br /></div><div>Auto canibalismo. </div><div>Alimentar-se do próprio veneno. </div><div>Um eterno afogamento em si mesmo.</div><div><div><div>Agradeço à deus por eu não ter o poder do diabo.<br /></div></div></div></div>Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-38273277767904514262010-09-19T23:39:00.000-07:002010-09-21T09:24:41.156-07:00Aroma<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioDu9xM97aTLfemy0o1UwRd4qswlV04WO3KQG_Hh96HYhmTc58TgJsfUY7rANxGiodJULIWAwowZlrNv1WYJddj58SKyv0DZSgieXcGP8thVpS0tx8lTv27erE-Knoa55yWwz7uG5nwp4b/s1600/perfume.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 290px; height: 335px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioDu9xM97aTLfemy0o1UwRd4qswlV04WO3KQG_Hh96HYhmTc58TgJsfUY7rANxGiodJULIWAwowZlrNv1WYJddj58SKyv0DZSgieXcGP8thVpS0tx8lTv27erE-Knoa55yWwz7uG5nwp4b/s1600/perfume.jpg" border="0" alt="" /></a><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Senti o cheiro da tristeza quando ela passou por mim. E por incrível que pareça, a tristeza não fede. Tem um cheiro de hortelã quente com canela ao fundo. Não é como aquele vento de grama molhada em um domingo chuvoso, é mais doce. Tão leve que quase não se sente, mas quando sente não se esquece, impregnante. A diferença entre um perfume natural e outro francês. Cada um com sua própria nostalgia. Mas o segundo é só, por isso tão forte, luta para manter-se grudado à pele de alguém que lhe dê sentido.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Uma mistura de nada com coisa alguma. Vestido na altura dos joelhos. Sem decote, sem cor, sem corte, sem graça. Um bom dia, seguido por um sorriso fosco. Já vi lágrimas bem mais felizes que aqueles dentes. Uma sacola maior do que as mãos dela pareciam capazes de levantar. Talvez tão pesada quanto as lágrimas engolidas que ela carregava. Uns olhos claros, escurecidos pela falta de graça, pela falta do que olhar. Já assisti olhares vagos, ocupados demais com os próprios eus para reparar nos outros. É que às vezes, o lado de dentro chama mais nossa atenção do que o de fora. Não é egocentrismo, apenas autoconhecimento. Todo mundo tem um mundo próprio e intransferível por trás dos olhos. Ela não tinha. Nada.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Pelas pupilas pude chegar até a alma, flutuante meio ao vácuo interior. Vazio de motivo. Era uma alma desnutrida e amarela de tão desbotada. O andar arrastado deixava claro que não tinha roteiro a seguir. Nem teria força para seguir por conta própria para onde quer que fosse. Suas energias eram suficientes para seguir seguindo, pelo caminho mais reto, mais conveniente.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Alguns são insuficientes para si mesmos. A dor da solidão é a prova de quem não suporta mais a própria presença. É preciso um terceiro alguém. Alguém entre o que se é e o que se sente. Que lhe permita esquecer que ele mesmo ainda está alí. Alguém para apoiar-se, para depender, para ser. Era tão só, que nem ela se servia de companhia.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br />Não sabia o quanto era infeliz. </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Não senti pena, e sim medo. Medo de hortelã e canela.</span></div>Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-16891751827863391812010-08-09T21:38:00.000-07:002010-08-09T23:45:08.500-07:00Strawberry Fields Forever<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqgmMmMlAkRa6K1-ts1ecMuVmUcrnEarmBiLvQEhY7inW6AfBXbwKPbA2UTCDCB-D80sAj44kz2mNsXLzkFfMztBSJbJRWkv2U6Rm0z1Kf8q7d_f5tFkBap9udN6oqNE8oHYXC0c-URByH/s1600/avo.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 230px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqgmMmMlAkRa6K1-ts1ecMuVmUcrnEarmBiLvQEhY7inW6AfBXbwKPbA2UTCDCB-D80sAj44kz2mNsXLzkFfMztBSJbJRWkv2U6Rm0z1Kf8q7d_f5tFkBap9udN6oqNE8oHYXC0c-URByH/s320/avo.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5503665999209349666" /></a><br /><div style="text-align: justify;">Meus queridos,</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Saibam que nenhuma tristeza seria capaz de me persuadir a desistir da vida. Foi a luz que me guiou. Meu corpo calejado pede descanso. Minhas pernas doem toda manhã. Minha coluna não tem mais força para me manter elegante. Minhas mãos tremem. Minha mente não segue atormentada como na maioria dos casos. Ao contrário, ela anda tão limpa que nem parece ter tomado uma decisão tão definitiva. Minhas vontades nunca foram tão claras. </div><div style="text-align: justify;">Não posso garantir certezas, arrependimentos sempre são possíveis. Mas é muito mais importante arriscar. <span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Melhor a certeza sensata que nada é certo.</span> Se o fosse, que sentido teria acordar? Peço que me deixem dormir, o que não me impedirá de ter sonhos. Nunca me senti tão dona do meu ar. Quanto mais aceito a morte, mais viva me sinto. </div><div style="text-align: justify;">Meus muitos anos me ensinaram a reconhecer o melhor momento de me retirar. É apenas isso. Vou ceder meu espaço no mundo, entrego meu corpo em troca da liberdade de minha mente. Ela segue, nômade e jovem. Sem dores. Entrego-me ao cansaço antes que meu corpo se torne debilitado ao ponto de cansar meus amores. Não quero vê-los chorar. E não estarei aqui para enxugar suas lágrimas. Se me permito ir é porque sei que existem muitas boas mãos espalhadas por aqui. Cuidarão de vocês. Lembrem que são lágrimas desnecessárias, mas entendo o quanto são inevitáveis. Eu também já chorei muitas vezes em vão, o que me rendeu algumas rugas a mais. </div><div style="text-align: justify;">Acho que cumpri meus deveres. Saciei minhas vontades. Não que eu julgue ter vivido o suficiente, impossível esgotar a vida. Tantos sonhos que eu só sonhei. Alguns nem me recordo mais. Por isso quero parar, não quero mais esquecer. <span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">O mundo é tão infinito, não cabe em uma vida.</span><span class="Apple-style-span" style="color:#CC0000;"> </span>As possibilidades são tantas. Vou sentir saudade de caminhar por aí. Dos sabores, gestos, toques, vozes. Ah, a música! Será que existe música do outro lado? Se eu pudesse levar alguma coisa daqui, levaria umas gotas do mar, umas notas de violão, um livro de sonetos e um vidrinho pra guardar o cheiro dos cabelos de minha neta. Isso me bastaria pela eternidade. Ah! Não posso esquecer o gosto dos morangos, daria um jeito de levar um pé de morango comigo para onde eu fosse. Umas gargalhadas do meu filho, uns beijos do meu falecido marido, uma dança e algumas fotos. Acabaria levando o mundo inteiro! Tudo aqui é apaixonante demais. </div><div style="text-align: justify;">Queria poder concentrar tudo em um gole de café. Como o que tomamos mais cedo na varanda. Nosso último momento em vida juntos. Cada minuto dele me fez ter mais certeza que estamos prontos. O queijo nunca derreteu de forma mais suculenta como hoje. Ah, e contem ao padeiro o quanto eu me deliciei com aquele bolinho de tapioca! <span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Nunca rimos por tão pouco. </span>E vocês nunca estiveram tão lindos. É assim que vou me lembrar do mundo durante minha eternindade. Vou sentir falta, mas não sofrerei. Saudade, não se torturem ao senti-la. A saudade é bonita, é a certeza do que foi bom, nos permite lembrar. </div><div style="text-align: justify;">Já passei da idade de dar satisfações, não tentarei explicar motivos, eles não são importantes. Só quero ter a certeza que vocês conseguirão ver o sorriso nos meus lábios quando terminarem de me ler.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Com amor,</div><div style="text-align: justify;">Dulce.</div>Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-59355214115794161872010-06-05T14:01:00.000-07:002010-06-21T07:33:34.800-07:00Desconexo<div align="center"></div><div align="center"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 234px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5485230277615183730" border="0" alt="" align="justify" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEKg2gKOxEgomxYyleqZesqx2WrOj3wqpCllSQuFUhIRjqc9UCBbrRZznovBIEGMdYUYj000wdYqJUGKVcOAtzGX79t1cvsu9FdoPUo8E9SVu8BTBdCc61hXazijMUeiL8nWgVhRBupZFE/s320/Foto+Irina+Ionesco+(exposi%C3%A7%C3%A3" /></div><div align="center"></div><br /><div align="center">Vive uma alma de <span style="color:#cc0000;"><strong>poeta</strong></span> aqui dentro. Mas eu não sei rimar. </div><br /><div align="center">Sigo <span style="color:#000000;">sentindo</span>. </div><br /><div align="center"></div><br /><div align="center"></div><br /><div align="center"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 235px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5485230611923009954" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEvJgDlJW2pqbhHz68vrUNDFadQCANb7F0TrwC3lAPdybKMxqW2m80MdkjOQHhMBaUCX7cOogD5jlMSkqsOWa23WRsEBV9U6rER2YqaS631b5Rb2iqn-DyL4jjL1nD2Soj6uhC78Eo65o_/s320/Foto+Irina+Ionesco+(exposi%C3%A7%C3%A3o+espelhos+de+luz+e+sombra)2.bmp" /><br />É que não sei <span style="color:#cc0000;"><strong>sentir</strong></span> em público. Se sofre melhor sozinho.</div><br /><div align="center"></div><br /><div align="center"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 257px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5485231151193992034" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7a14K1Ja2bg3dl2YJqrH0p_2Py2KEdR4W9jZKYx7Q9AyfFzhRwFVLkBnZxuTLsCFyoIpBRVWnf_CsxnSZ6GsDmA50rlHRwhXRc3ctozJdMxRLHTpRiB0tGY1qJWys5W0164kGtCZUNdnD/s320/Foto+Irina+Ionesco+(exposi%C3%A7%C3%A3o+espelhos+de+luz+e+sombra)3.bmp" /> </div><p align="center"></p><br /><p align="center">Meus sofrimentos são só<strong><span style="color:#cc0000;"> meus</span></strong>. E eu não aceito <span style="color:#000000;">dividir</span>.</p><p align="center"></p><br /><div align="center"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 231px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5485234082871168178" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNoc6tt8caP1zZm333M8VK004mixAl_gFI6JWCeIFQj9L6yhcm6h2xzSFZFTZ56L76xUHgCRum6grTinDRzzFQ_NgbBidthWB-V0ejUFoSxU8V7PTxhE11eBhX8MM1KS1dKbcoCHKJF_1c/s320/Foto+Irina+Ionesco+(exposi%C3%A7%C3%A3o+espelhos+de+luz+e+sombra)4.bmp" /></div><div align="center"><br /></div><p align="center">E pode parecer<span style="color:#cc0000;"><strong> indiferença</strong></span>. Não é que eu não sinta. </p><div align="center"><br /></div><p align="center">Só tenho o péssimo hábito de sentir a dor só </p><p align="center">dos olhos para dentro.</p><div align="center"><br /></div><p align="left">.</p><div align="center"><br /></div><p align="left">.</p><div align="center"><br /></div><p align="center"></p><div align="center"><br /></div><p align="left"><strong>[Fotos de Irina Ionesco - Exposição Espelhos de luz e sombra]</strong><br /></p>Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-36455551600744508892010-06-02T20:00:00.001-07:002010-06-02T21:06:14.612-07:00Cru<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijfI8RHvviVGDl298Y2r0bEEOkppnovTpu8P8m-jMFsTo8qKCsSYBz7bftvhb8NEocOYN7UsQNdD96sVtqWNK0O9uMVt1Y9vQO5Y3XGN6BJNlGaszfQusi6Qm1OYn5mFfdBXnhVhPay31D/s1600/mente2.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 247px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5478390435695814034" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijfI8RHvviVGDl298Y2r0bEEOkppnovTpu8P8m-jMFsTo8qKCsSYBz7bftvhb8NEocOYN7UsQNdD96sVtqWNK0O9uMVt1Y9vQO5Y3XGN6BJNlGaszfQusi6Qm1OYn5mFfdBXnhVhPay31D/s320/mente2.jpg" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8RAXNwF6cC3olaxoYd3vN_9IgTkPbjfpIBZtTtJCn6maqaOBB9adOfb1aCU8aXiLpTGGe2pNi6syMKQK8NXeksFt6fE7IUEAH6wvwV3WlZN3U4PE_VD-5Frhj9CdnD52E-C7cT2xMTLno/s1600/analfabetismo.jpg"></a><br /><br /><br /><strong>É possível duas almas habitando um corpo só?</strong> Almas podem ser mentes. Idéias que contradizem atos. Eu-líricos que negam o eu. Enquanto um grita o outro abafa. Uma vontade que carrega um covarde nas costas. <strong>Como correr com tanta inércia?</strong> Ideais dividem espaço com a incompetência. Eu não me perdôo pela dualidade. O silêncio ratificou a incapacidade. Queria eu, poder sair do corpo e me fitar os próprios olhos sem reflexos. <strong>De que valem olhos idealistas com essa boca covarde?</strong> O engraçado é a prepotência de querer ser livre. <strong>Para quê criticas a censura se tu nem ao menos tens voz para ser calada?</strong> Pensar não muda a direção. Uma idéia não expressa. Uma alma sem corpo. Um sangue sem propulsão. <strong>Que tipo de gente eu vou ser?</strong> Minha estupidez míope me impede de enxergar. Algum tipo eu já sou. Não há espaço pra duas mentes em uma vida. É preciso decidir quem ser. E viver sendo.</div>Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-25518176128611667982010-05-29T13:19:00.000-07:002010-05-29T13:51:47.435-07:00Rotina<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQlwNd7veqYVC3Fg9Qk5P2ce05SP-zUJ5oi6kzOj3SopQaZtgJrLhDNYARhG8-JWqND8LTiKwFe5_PIaboQc0BlZd3Hgl2Hq-R-n6EDpqDzgMy7gLzecnsH1uhWEBi9IMfI8RzAfvsm2Zw/s1600/gfbsh.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5476793483362022562" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQlwNd7veqYVC3Fg9Qk5P2ce05SP-zUJ5oi6kzOj3SopQaZtgJrLhDNYARhG8-JWqND8LTiKwFe5_PIaboQc0BlZd3Hgl2Hq-R-n6EDpqDzgMy7gLzecnsH1uhWEBi9IMfI8RzAfvsm2Zw/s320/gfbsh.jpg" /></a>
<br />
<br />
<br />E a rotação se completou. Os raios começaram a invadir entre as nuvens escondidas pela sombra. <strong>O preto virou azul escuro, que virou azul claro, que virou dia. </strong>Os contornos do mundo foram sendo iluminados e o que era penumbra virou luz. O canto acompanhava o processo. O som da madrugada virando manhã chega a ser mitológico. Uma orquestra desengonçada e apaixonante de pássaros cativantes.
<br />
<br />Quando percebeu os primeiros raios, correu pra cama e de joelhos abriu a janela. Deitou com os pés apoiados no para-peito. Não fechou os olhos. Arregalou-os para ver com mais precisão cada segundo de mudança de tonalidade. Imitava um dos pássaros com o assobio. O costume de ouvi-lo diariamente a ensinou. Desligou o ar condicionado, com aquele vento úmido entrando pela janela não era preciso usar-se de artificialidades. E quando a Lua finalmente desaparecereu, levantou da cama e arrastou o lençol até a cozinha. Esquentou o leite, misturou-o ao chocolate, cortou um pedaço do bolo guardado na geladeira. E a orquestra prosseguia. <strong>Naquele anil cobrindo o teto do mundo.</strong> Aquele orvalho. <strong>Aquela felicidade preguiçosa e sem compromisso. </strong>
<br /><strong>
<br /></strong>Sentada na escrivaninha com a caneca colorida, lembrança de uma eterna doce amizade, preencheu a página do dia anterior, aquela mania de confessar ao papel os sentidos de todos os dias. De avaliar se valera a pena. De registrar o que um dia deixaria saudade. <strong>De ler a si mesma em cada página.</strong> Talvez fosse apenas medo de esquecer. De ser esquecida. <em>Cuidem das minhas partes, minha mente vale mais que meu corpo.
<br /></em>
<br /></strong>Terminado o bolo e as palavras, pegou o livro na cabeceira. Jogou-se no sofá e o abriu em um pouco mais que a metade. Até o sol esquentar o teria terminado. Acabou adormecendo com o livro sobre si virado na última página. <strong>Não chegou a ler o final.</strong> Mas fechara os olhos com a certeza que seria um bom final. Talvez um bom começo. Mais um começo do ritual. <strong>Essa coisa estranha que apelidaram de vida. </strong></div>Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-12799734495913522632010-05-25T20:34:00.000-07:002010-05-25T20:35:22.978-07:00Um simplista<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8YRQPHNwX_sXvmsulKfg24LSBsu6OnjnnpR9vMqUmiDIvdwKy2ozrwEjq30EeONCTSlTQGjtSbfAIaIioDsil66oLi-f1lqKYgxb-jaFp1kKuXn96uVuLP52tkYpJ8IwEODoDSYEW40HK/s1600/Prontas+(29).jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5473384076220052626" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8YRQPHNwX_sXvmsulKfg24LSBsu6OnjnnpR9vMqUmiDIvdwKy2ozrwEjq30EeONCTSlTQGjtSbfAIaIioDsil66oLi-f1lqKYgxb-jaFp1kKuXn96uVuLP52tkYpJ8IwEODoDSYEW40HK/s320/Prontas+(29).jpg" /></a> Foi uma tarde tão estupidamente simples! Mas é dela que eu vou lembrar quando as lembranças forem as únicas coisas palpáveis. <strong>Quando o valor do passado se apresentar.</strong> Ainda lembro do livro que a gente estudava. Até garantia responder, ainda hoje, depois de anos, algumas questões daquele assunto. <div>Existem coisas que não se esquece, nem sei o porquê. Talvez porque existam dias que precisam ser vividos. Porque esses dias fazem sentido. São o sentido. <strong>A felicidade se traveste em simplicidade.</strong> E a complexidade do sistema nem sempre permite que se perceba como é fácil sorrir. </div><div>A casa era nossa. <strong>O vento também.</strong> Ninguém consegue estudar química em um dia bonito como aquele. Tentamos, mas não resistimos à preguiça. Quando percebi estávamos espalhados pelo chão de papos para o ar. <strong>E foi alí que ficamos até o Sol se despedir e a realidade voltar.</strong> Quando paro, ainda consigo ouvir nossas gargalhadas ecoando lá longe, num passado bom.</div>Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-37419013887357233082010-04-08T19:59:00.000-07:002010-04-09T19:23:37.891-07:00A noite anterior<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0WQZ1bE50sljVC3RXHIWF2Art1Av1XSQ_pyPccmOQaSNE_AtEnhN7zqxwx3ImdlEdioGnkz81y_sSylRB6-dlRZI0VFnQGszOh3S1b1ZacFNGCCOiw_P3QsE3GmE4ia2NUahYlUgIuQLc/s1600/whisky-vela.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5458297301863274002" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0WQZ1bE50sljVC3RXHIWF2Art1Av1XSQ_pyPccmOQaSNE_AtEnhN7zqxwx3ImdlEdioGnkz81y_sSylRB6-dlRZI0VFnQGszOh3S1b1ZacFNGCCOiw_P3QsE3GmE4ia2NUahYlUgIuQLc/s320/whisky-vela.jpg" /></a><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKg2gtHGIlbK4RtgeoTOCO6XFXYO-5hcC_0PdO-dao2dAhsTbsAQKOLppZtl_RGBSzsWG9q9eLxxeRZ5nX6iLU0ZUdyVacRL8WZr5B_1Dnn3SVutDA-zs7AK9-lWqlrqn7nLCyyCp2I3jk/s1600/copo+whisky.jpg"></a><br /><br /><div>Eu queria saber desenhar para captar melhor. Talvez a palavra não os faça ver a poesia daquela cena.<br /><br />Um homem, um copo e uma dor. A métrica é impressionante, tudo se encaixa harmoniosamente. Letra por letra, imagem por imagem. O barulho do gelo contra o copo <strong>rima</strong> com a gravata folgada sem cerimônias. A calça social que cobre os tornozelos. O cinto desafivelado. O cabelo <em>"perfeitamente bagunçado."</em> Os sapatos jogados no entrar da porta. A meia fina e escorregadia que o protege contra o chão gelado.<br /><br />O corpo desequilibrado tem dificuldade de ir da bancada da cozinha até a sala, são apenas três passos inseguros. As mãos ocupadas não podem segurar as paredes que se movem ameaçadoras na direção dele. Na esquerda segura <strong>o copo,</strong> quase vazio depois do último gole. Na direita <strong>a garrafa, <em>"</em></strong><em>o whisky é o melhor amigo do homem".</em> Deixou seus amigos na mesa de centro e arrancou a camisa depois de se convencer que não conseguiria desabotoa-la civilizadamente.<br /><br />Só não entende porque aquele maldito jarro de vidro insiste em ficar bem à sua frente. Por mais que ele desvie, o desgraçado o segue incansável. Acaba por espatifa-lo. O corpo, sem aviso, joga-se no sofá macio. Ele não percebe, mas a meia não consegue estancar o sangue derramado por um pedaço vingativo do jarro quebrado. O sofá ganha uma mancha grande e escura. Talvez por isso ele não foi tão receptivo quanto se esperava. No meio de sua maciez algo sólido lhe machuca a nuca. Controle remoto. <strong>Remoto controle</strong>. Alguém já fez esse trocadilho um dia. Ele teria ligado a TV 52 polegas presa à parede, mas o botão fugiu dos seus dedos, acabou desistindo.<br /><br />Pelo visto o apartamento inteiro tirara a noite para se revoltar contra ele. Não só o apartamento, como o dia em si, como 24h podem ser tão cruéis? Perdi muita coisa em muito pouco tempo. E agora não consigo nem alcançar o copo na mesinha de centro. Meu gelo derretendo. O mundo rodando mais rápido do que o habitual. E a foto na parede sorrindo cinicamente. <strong>Desgraçados!</strong> Caiu no sono alí mesmo, com o braço jogado para fora do sofá e a boca aberta. A dor só se apresentará na manhã do dia seguinte. </div></div>Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-21954862750331225882010-03-24T19:54:00.000-07:002010-03-26T12:38:25.185-07:00.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGOPBQCdHE1GONn7BwxWhwCRboDxzQ9E3n6rIFPBv5bjZmAuQ4QiL2MKBBuKbArW9m0RZOrxWGtJ9hR4ktqQWcm7tIeC5q262PokiFapGp-zVMGVhR6Ed_paTpQ2RwoslUEkE10TgE3XQk/s1600/palhaco_triste.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 290px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5452412466768328850" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGOPBQCdHE1GONn7BwxWhwCRboDxzQ9E3n6rIFPBv5bjZmAuQ4QiL2MKBBuKbArW9m0RZOrxWGtJ9hR4ktqQWcm7tIeC5q262PokiFapGp-zVMGVhR6Ed_paTpQ2RwoslUEkE10TgE3XQk/s320/palhaco_triste.jpg" /></a><br /><div><strong></strong></div><br /><div><strong>Dói um sorriso forçado.</strong> Machuca os ouvidos, uma gargalhada sem vida. Segue cimento pelas veias pedrificando cada mínimo movimento facial. O maxilar se contrai desobediente. Os dentes não tem o brilho da espontaneidade. Dizem até que ficam amarelados. Surgem manchas escuras de cansaço abaixo dos olhos. Ah os olhos! Esses dedo-duros, denunciam nosso esforço em transparecer verdade no famoso "<em>tudo bem, e você?",</em> como se alguém realmente reparasse na resposta. Fiz um teste. <em>Tudo bem? Não e você?</em> Ninguém percebeu. É quando nos acostumamos com o mundo que passamos de humanos a selvagens. Uns dizem ser a mesma coisa, eu não tenho tanta certeza. Deixamos de perceber, somos infectados pela cegueira branca de Saramago e morremos ainda vivos. <strong>Uma briga eterna entre músculos e alma.<br />.<br /></strong><em>.</em><br /><em>.</em><br />Nem sei pq escrever isso hoje, a vida está inversa ao texto. Meu "tudo bem e você?" tem andado muito feliz e até extravagante. Mas foi o que surgiu. Lembro o dia que escrevi, e naquele dia ele bem foi sincero. Tanto que nem ousei mexer, totalmente cru e nu como veio ao papel.<br /><br /><br />Obs: Fiquei feliz, descobri uns seres que visitam o Quimera mas não comentam. Vcs ficam se escondendo, ai eu nunca ia saber :) Né Asmin?<br />Beijão pessoas! </div>Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-18140380844656929232010-03-11T16:25:00.000-08:002010-03-11T16:27:56.512-08:00Retalhos do Tropical<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCAyOCdNaxMNRBN-aoGFDCiCp4kDmIQgLaGQbJHaBhjgb-R2SCuBzcTFzO4WGtiyqzlAWA5KGRZdIec_xwJ7gCk0tsQVhRQKF3QuDcK5eWdvd1FuYXe6jmOG6MkwuD0PxWqWKamPnRLOaf/s1600-h/retalho.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 266px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5447537352341498834" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCAyOCdNaxMNRBN-aoGFDCiCp4kDmIQgLaGQbJHaBhjgb-R2SCuBzcTFzO4WGtiyqzlAWA5KGRZdIec_xwJ7gCk0tsQVhRQKF3QuDcK5eWdvd1FuYXe6jmOG6MkwuD0PxWqWKamPnRLOaf/s320/retalho.jpg" /></a><br /><div></div><br /><div></div><br /><div>Cansei de estudar no quarto, passei a estudar na sala. Cansei da sala, passei a estudar no cursinho. Cansei de la também, me mudei pro Tropical. Descobri que shopping é um ótimo ambiente pra estudo, pelo menos no turno da manhã e quando ele não tem ar condicionado (melhor o vento natural). Não tem barulho que chegue a atrapalhar e nem silêncio que cause sono. Tem gente o suficiente pra nos impedir de pensar em nada ou conversar em voz alta com nossas múltiplas personalidades (hábito meu desde a infância). Com os dias a gente se sente em casa, mas em casa sempre com visitas. É bom não ficar totalmente à vontate.<br />Eu costumo sentar no mesmo lugar. A mesa ao lado da consultoria, na cadeira virada pra escada rolante, porque aí eu posso ver todo mundo que entra e sai da minha nova residência. E é um ótimo remédio pro tédio e pra preguiça, olhar e discretamente analisar quem sobe e quem desce. É assim que a gente percebe o quanto o ser humano é um bicho estranho. Esse exercício de anti-tédio já me proporcionou muitas gargalhadas internas. A mulher brigando no celular. O cara que quase cai. A roupa medonha. Uma expressão que podia ter passado despercebida. Um gesto que só se faz quando se imagina que ninguém ta vendo. Eu vi. E ri.<br /><br /><br /><strong>O café.</strong> Virou rotina. A gente chegava, se posicionava na respectiva mesa e depois de organizar o primeiro assunto do dia eu ia pedir meu café. A tia sempre chegava depois da gente e meu café era o primeiro do expediente. Enquanto ela preparava eu fui conhecendo-a. O batizado da filha. A prima estudante. A cicatriz na mão direita. Até que ficava pronto. Como o cheiro é bom! Preto, meio amargo e muito quente. Ajuda a começar bem um longo dia de estudo.<br /><br /><strong>O garanhão.</strong> Ele sobe e desce a escada rolante várias vezes por dia, todos os dias. Óculos escuros, calça djins e camisa social. Sempre. Sobe com pose de quem sabe que todos lhe esperam e desce sabendo que vai fazer falta. Não posso negar que fazia mesmo.<br /><br /><strong>A pipoca.</strong> Foi automático. O cheiro veio, invadiu minha cabeça e me roubou do estudo. Uns segundos depois estávamos as duas no meio da praça de alimentação farejando cada direção pra descobrir de onde vinha o cheiro embriagante de "carrinho de pipoca de festa de São João". O odor tava tão forte que cheguei a sentir o gostinho da manteiga primor derretida misturada com o sal e ouvi o croc da pipoca entre meus dentes. De onde ele vinha? Saímos à caça. Perguntar onde vende pipoca às 8 da manhã pareceu bem normal aquele dia. "Tem um carrinho no andar de baixo", foi o que a mulher da lanchonete respondeu. Aaaahh como tava boa aquela pipoca. Isso que é um café da manhã...<br /><br /><strong>O estranho.</strong> Eu tava mesmo concentrada no estudo, não percebi a camisa azul se aproximando. Quando levantei a cabeça ele balançou a mão em um oi desengonçado e foi embora. Não tive tempo de retribuir o aceno e até agora não entendi o objetivo dele.<br /><br /><strong>As irmãs.</strong> Conhecidas minhas. Duas mulheres muito bonitas. Na verdade, uma mulher e uma menina. Sendo que perto de mim a menina vira mulher e eu me encolho no meu jeito infantil de ser. Tinha a curiosidade de saber o que tento elas fazem pro lado do Sex shop...<br /><br /><strong>A música.</strong> Eu não acreditei quando ouvi. Eram 8:30 da manhã e a mulher tava ouvindo brega, tecno-brega ou seja lá o que for aquilo. Eu tentei não reparar na letra mas era impossível se concentrar com a voz esganiçada da cantora invadindo meu ouvido indefeso. Eu ri e dessa vez não foi internamente.<br /><br /><strong>O carinha da limpeza.</strong> Eu ri e dessa vez não foi internamente. No seu uniforme cinza e azul ele passava pano no chão monotonamente e no olhar dele eu pude ler claramente o que ele pensava: Essa menina é autista. Isso me ofendeu um pouco.<br /><br /><strong>Fofoca.</strong> Tentei muito reconstruir a história com os pedaços de conversa impossíveis de não ouvir. Mas ficou complicado. Quatro amigos.<br />Dois homens e duas mulheres. Conversavam sobre a vida de outros três amigos. Me pareceu um baita triângulo amoroso com direito a aborto, traição e uma herança a ser discutida. Quem falava mais era a Ana, uma gordinha muito bem arrumada e brava. Um Roberto que amava uma Cláudia que tava grávida de um Saulo. O último tinha dinheiro, pagaria uma boa pensão. Mas o outro era o noivo. O que a Cláudia deveria fazer? Foi o que deu pra entender. Dói a curiosidade de saber o fim da história.<br /><br /><strong>A cadeira de rodas.</strong> Fiquei muito feliz comigo quando percebi que não senti pena. Ele parece ser novo, uns 30 anos. Trabalha na consultoria e sorriu pra mim algumas vezes como uma forma de dar bom dia. Passava boa parte da manhã na porta olhando o movimento, até algum cliente chegar e ele ter que entrar. Eu chamaria ele de Marcos. Lhe daria dois filhos homens, um de 5 e o outro de 8 anos. Uma esposa loira com o sorriso grande e um exemplo de vida. Um dia ainda converso com ele.<br /><br /><strong>A máfia.</strong> Eram quatro. O mais velho chegava primeiro. Sentava e ligava pra cobrar dinheiro de alguém. Falava alto e tava sempre reclamando. Tinha uma risada estrondosa o muito sem vontade. Típica de manda-chuva. Os outros iam chegando um por um. O mais magro era sempre o último. O atrasado. O assunto era dinheiro. Tratado através de metáforas. Tinha um advogado no meio da história, um processo, foi o que pareceu. O quinto membro do grupo tava sendo passado pra trás. "Eu tentei convencer ele, mas ele que não quis ajudar. Tudo tem sua consequência." Gargalhavam cinicamente, um olho sorrindo e o outro observando os outros três rirem. Quando o mais velho parava, todos paravam. Era automático. Jurei que se visse um deles carregando uma daquelas pastas pretas com muitos dólares típicas de filmes de ação eu iria segui-lo. Infelizmente não tive a oportunidade. Fiz a prova antes e deixei de estudar<strong> :D</strong></div>Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-65908172217646084292009-12-15T20:40:00.000-08:002010-02-27T15:40:32.066-08:00"A-amor"<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD8-0bw5IX7dpEc55PuMUFPo_D8fiB-rKXgiDHXxajYdTGgSHcBVARY0GQDND1CTOCKMHS6hmo_gUNW_u7yFsPgLxLimChD7t8s1Iwl9c50tJ1_1HexKsAQypZU4piv99pAKHwIOEluKIp/s1600-h/608151.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 266px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5443069741324397266" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD8-0bw5IX7dpEc55PuMUFPo_D8fiB-rKXgiDHXxajYdTGgSHcBVARY0GQDND1CTOCKMHS6hmo_gUNW_u7yFsPgLxLimChD7t8s1Iwl9c50tJ1_1HexKsAQypZU4piv99pAKHwIOEluKIp/s320/608151.jpg" /></a><br />- É isso mesmo que tu pensa?<br /><br /><strong>Nem foi preciso palavra.</strong><br /><br />- Não dá mesmo pra conversar contigo.<br /><br />Rubem Alves me ensinou, e foi Nietzsche que ensinou pra ele, que só uma coisa o tempo não tira do amor, a arte de conversar. <strong>Prosear!</strong> "Quando se vai casar a única pergunta importante a se fazer é: terei prazer em conversar com essa pessoa quando eu for velho?"<br /><br />- Não dá mesmo pra conversar contigo.<br /><br />Ponto. Ele se levantou e foi embora sem olhar para trás. Eu também não olharia, o orgulho grita mais alto nessas horas. Conseguimos o impossível. Daquela escada em diante seríamos apenas velhos conhecidos. Um dia amigos. Outro amados. Hoje esquecidos. E só é possível esquecer quando não se ama mais. Porque até o rancor, que os orgulhosos jorram em forma de ódio na cara do outro, é uma prova que ainda se ama.<br /><br />A pessoa mais amada? A maior mágoa? Frequentemente a resposta é a mesma. Não é questão de amar a pessoa certa. Não acredito que existam pessoas erradas. Mas que importância tem um mal-feito de alguém sem nome? Um qualquer, por pior que seja, só consegue refletir raiva. <strong>Ninguém é magoado por um desconhecido.</strong><br /><br />E é isso que me assusta, nossa capacidade de esquecer. Assusta mais do que nossa capacidade de sentir. <strong>E mais intrigante que os amores só o desamor.</strong> O estalo na consciência: porque amei? E o pior, não se encontram respostas. Esquecemos! Até porque, se lembrássemos voltaríamos a amar. Devem ter existido motivos. Não se apaixona-se por nada. É preciso uma razão, que seja. Uma causa bela o suficiente. <br /><br />Um dia a causa desbota. É quando não consegue-se mais vê-la, aí falta alegria. Por vezes, a ausência de amor me parece pior que a sua presença não correspondida. Desamar é triste. É a desaceleração do pulso. A morte do desejo. Os pêlos não se arrepiam mais. As pernas continuam firmes ao chão. <strong>O calor faz frio.</strong> É olhar no outro as cinzas do que, um dia, ardeu sem ser visto.Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-1508569579780492402009-11-22T15:40:00.001-08:002009-11-22T16:32:26.362-08:00Pingos<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIg1n9WyETlpUmRTYj-2q7oPpDTzQBXMuUP5wlWhz1_X3oa_YRlXgViCYCfClNHyzh1yKLiVs3q_DpAoU6syVz46OMTg78as0UUKobBKsuxB8S2Yym0_sCmhaBCRCykTA-2GGKBJ4ScW16/s1600/chuva-5497.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIg1n9WyETlpUmRTYj-2q7oPpDTzQBXMuUP5wlWhz1_X3oa_YRlXgViCYCfClNHyzh1yKLiVs3q_DpAoU6syVz46OMTg78as0UUKobBKsuxB8S2Yym0_sCmhaBCRCykTA-2GGKBJ4ScW16/s320/chuva-5497.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5407089254493046994" /></a><br /><br /><br />Eu sempre fui perseguida pela magreza. Sou assim desde a minha primeira memória guardada aqui dentro. Nunca gostei disso. Sou o orgulho em forma de ser humano. O que uma coisa tem a ver com a outra? Explico já. Magreza pressupõe fragilidade. Frágil pressupõe fraqueza. Por isso desde cedo eu treinei para bater forte. "Que mão pesada tem essa magrinha." Não que eu seja efetivamente forte. Mas ninguém precisa pensar o contrário.<br /><br /><strong>Coincidência.</strong> Entra minha mãe no quarto. Toda torta tentando equilibrar a bandeja e segurar a maçaneta da porta. Mãe de gente magrela á assim mesmo, se acostuma a ficar empurrando comida o tempo todo. E o pior é que só porque a mãe tem uma filha desprovida de carnes acha que todo o resto do mundo tem que comer junto. Amigos em geral sempre comentam que aqui em casa comem mais do que o normal. E ai deles se não comerem!<br /><br /><strong>A comida.</strong> Uma caneca do Banco do Brasil, linda por sinal, com nescau quente. Bem fraquinho, quase só o leite. Meu fígado ainda vai passar mal de tanto minha mãe agorar. Eu gosto de nescau forte oras, o fígado que procure aguentar. Um pedaço monstruoso de bolo formigueiro, meu preferido. Geladinho. A metade da baguete que eu não comi no café da manhã e um pacotinho de Club Social sabor pizza. Adoro Club Social, mas o de pizza é um atentado contra meu singelo paladar. Esse é o lanchinho! Isso porque não fazem duas horas que eu fui praticamente obrigada a jantar. Doce ilusão comer tudo isso. Nem cabe!<br /><br /><strong>Lembrança.</strong> A bandeja me fez lembrar das manhãs chuvosas de janeiro. Na época que eu (e todo mundo) ainda não conhecia o fabuloso aquecimento global. As chuvas coincidiam com as férias, agora elas tão chegando mais tarde e coincidem com as aulas. Talvez as férias tenham ficado mais curtas, não sei. Dormir tarde era uma aventura. Ver o sol nascer, uma vitória. Mal sabia eu que uns anos mais tarde vitória seria conseguir dormir! E acordar tarde era um fato. Mas como minha mãe é mãe de uma magrela, ela constatemente reclamava por eu perder uma refeição. Acorda tarde, não toma café e ainda almoça pouco! Brigar não resolveu. Com a sabedoria que só as mães tem ela passou a levar o café na cama pra mim. Todos os dias, durante todo o janeiro. Eu lerda de sono me sentava na cama e com a bandeja no colo tomava o suculento café da manhã na companhia graciosa da minha mãe. Ela ficava ali sentada na minha frente, esperando eu comer tudo. E a chuva la fora aconchegante. Terminava o café, afastava a bandeja pro lado da cama e pronto, voltava pro meu sonho bom. E as vezes ainda aproveitava o colo de mãe. Aproveitava não, aproveito.<br /><br /><strong>Observação.</strong> Quando contei isso pra um amigo ele me chamou de mimada. Discordei na hora. Mimada eu seria se na bandeija minha mãe levasse matéria. Mas o que ela levava era carinho. E eu vou levar um dia para ela também.Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-16551026358490024782009-11-08T23:08:00.000-08:002009-11-11T18:24:19.072-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3OpWszoYf3qS7iH_urP4_MNQlSCmMDKQjpA65bD_Tm9zQGM7VKDh272T_pmXN56EOmrJZXgtiqaNCv6WmgPXWCF7wabIKtkvl6me1ClsMj85PIyv_GxlQKTOvZHyNcs26Jo1M_ccdspUp/s1600-h/amizaderererer.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 211px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3OpWszoYf3qS7iH_urP4_MNQlSCmMDKQjpA65bD_Tm9zQGM7VKDh272T_pmXN56EOmrJZXgtiqaNCv6WmgPXWCF7wabIKtkvl6me1ClsMj85PIyv_GxlQKTOvZHyNcs26Jo1M_ccdspUp/s320/amizaderererer.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5403037300075324034" /></a><br /><br /><br /><br />Hoje eu quero ver o sol nascer. Mas quero ver só. Porque só a solidão é capaz me explicar minhas alucinações. O mundo tá muito cheio de gente. Muito vazio de mente. Não, isso não é intelectualismo barato. Não quero QIs. Não quero gênios. Quero inocentes. Quero espaço, espaço pras minhas idéias que não interessam à ninguém. Que não fazem a menor diferença. Que se desgastam com o tempo. Quero espaço pro meu sentir. Pro romantismo que eu não pareço ter. Pro amor por coisas desinteressantes. A simplicidade de sorriso sem motivo. Quero mais verde, verde de verdade, não quero misturas artificiais. Quero a pureza do escuro. A paz do silêncio. O segundo de um pensamento livre. Hoje, hipocrisias não me interessam. Quero os primeiros raios da manhã queimando o rosto. Irradiando nostalgia. Quero o bom selvagem. A infantilidade das utopias. Quero uma música fora de moda. O refrão de um bolero. Que saudade dos bohêmios que eu não conheci! Quero um livro livro fútil, uma cultura inútil. Passar o tempo. Quero discutir sobre a origem do cosmos, a origem do logos, dos óculos, dos olhos, dos cegos. Quem inventou a lente de contato? Hoje eu não quero lábios, quero braços, Um Abraço. Quero me impressionar com o o pôr-do-sol. Quero sentir. Mas quero sentir só. E só.Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-444382757738137995.post-43982115254697816312009-10-01T07:41:00.000-07:002009-10-01T07:45:33.679-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFExFTT8Y5IHpmVnCuYq3RwcDHdLwzQnZhTX18hV21BdSdvmbkXZr3dpXpGX1IALw5acw-GMFW5MOi4ERvyFktR-sadneQtr52VNkvoxIuIK_iHLAp8jIZEEACgWujEdFxD7u7cstyP3DV/s1600-h/amizadeer.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 210px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFExFTT8Y5IHpmVnCuYq3RwcDHdLwzQnZhTX18hV21BdSdvmbkXZr3dpXpGX1IALw5acw-GMFW5MOi4ERvyFktR-sadneQtr52VNkvoxIuIK_iHLAp8jIZEEACgWujEdFxD7u7cstyP3DV/s320/amizadeer.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5387642736033063586" /></a><br /><br /><br />Até quando a última brisa de existência cansar de soprar. Enquanto no prazo de validade eu estiver. Até o mais breve milésimo de consciência. Enquanto existir minha essência. Terrena, suprema, ideal. Não importa o plano. A matéria é desprezível, o infinito é invencível. Teus reis sonhadores. Meus sonhos reais. Nosso eu transcendental. Além do bem e do mal. Aquém desse maniqueísmo antiético. Longe dos homens patéticos. Irrompemos os juízos do comum, escapamos da morfina embriagante, saqueamos a sorte, amamos a brisa do mar. E nada mais importa.Márcia, vulgo Fetohttp://www.blogger.com/profile/06298574532094371091noreply@blogger.com4