08/11/2009





Hoje eu quero ver o sol nascer. Mas quero ver só. Porque só a solidão é capaz me explicar minhas alucinações. O mundo tá muito cheio de gente. Muito vazio de mente. Não, isso não é intelectualismo barato. Não quero QIs. Não quero gênios. Quero inocentes. Quero espaço, espaço pras minhas idéias que não interessam à ninguém. Que não fazem a menor diferença. Que se desgastam com o tempo. Quero espaço pro meu sentir. Pro romantismo que eu não pareço ter. Pro amor por coisas desinteressantes. A simplicidade de sorriso sem motivo. Quero mais verde, verde de verdade, não quero misturas artificiais. Quero a pureza do escuro. A paz do silêncio. O segundo de um pensamento livre. Hoje, hipocrisias não me interessam. Quero os primeiros raios da manhã queimando o rosto. Irradiando nostalgia. Quero o bom selvagem. A infantilidade das utopias. Quero uma música fora de moda. O refrão de um bolero. Que saudade dos bohêmios que eu não conheci! Quero um livro livro fútil, uma cultura inútil. Passar o tempo. Quero discutir sobre a origem do cosmos, a origem do logos, dos óculos, dos olhos, dos cegos. Quem inventou a lente de contato? Hoje eu não quero lábios, quero braços, Um Abraço. Quero me impressionar com o o pôr-do-sol. Quero sentir. Mas quero sentir só. E só.

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